
Mulheres já são maioria nas aulas de boxe da cidade
Kaliandra Casati – 11/03/09
Relevando preconceitos, mulheres praticam esportes tidos como masculinos
Se em questões de trabalho, família e cotidiano as mulheres vem ganhando cada dia mais espaço, no mundo dos esportes não é diferente. Judô, kung-fu, karatê, box, muay-thai, futsal e outros esportes antes considerados apenas masculinos ganham um número crescente de adeptas.
Nas academias de ginástica de Juiz de Fora, o número de mulheres à procura das aulas de box e muay-thai é grande. A recepcionista da Academia Pumping Fight, Natália Santos, conta que as mulheres já são responsáveis por 70% das vagas de box da academia.
A estudante Lohane Andrade, 19 anos, judoca a 14 e miss Juiz de Fora em 2008, (leia mais) acredita que, atualmente, não exista mais preconceito contra as mulheres que pratiquem esportes tidos como masculinos: “Hoje há uma procura muito grande das mulheres por lutas. Mas, há uns 5 anos atrás, eu, de certa forma, sofria sim, porque as meninas me olhavam de modo diferente, já chegaram a dizer que eu era “maria homem”, mas nunca liguei para isso. Sempre tive muito orgulho”.
A bióloga Sarah Stutz, que praticou futsal durante três anos no colégio em que estudava, acredita que o preconceito nesses casos ainda é comum: “A maioria das mulheres que optam pela prática desse esporte ainda sofre algum tipo de preconceito. No meu caso, os incentivos sempre superaram as críticas.
Já a tetra-campeã brasileira de Kung-fu, Telma Pereira, diz nunca ter sentido preconceito. “As pessoas estranham verem uma mulher nesse esporte, mas nunca senti nada além disso”.
Lohane Andrade, 19 anos, judoca desde os 5 e ex-miss Juiz de Fora falou para o Juiz de Fora Online sobre sua vida de atleta e como conciliar o judô com as demais atividades:
– Há quanto tempo você pratica Judô?
R: 14 anos.
– Quantos títulos já ganhou?
R: Já participei de muitos campeonatos,regionais e nacionais também.Os principais são títulos mineiros e 3º colocada no brasileiro em 2005 e 4º em 2006.
– Porque resolveu praticar este esporte?
R:Quando pequena eu era muito agitada,e pedi a minha mãe que deixasse eu praticar algo no colégio. Tinham algumas atividades e resolvi optar pelo judô. – Como sua família encarou esta escolha?
R: Minha família sempre me apoiou, e sempre teve muito orgulho de mim. Quando podiam, iam ver os campeonatos, e torciam muito. – Como concilia a rotina de miss com a rotina de treinos?
R: Na verdade, passei a faixa no final do ano passado, mas conciliava bem. Afinal, o judô era às 2ª 4ª e 6ª a noite, e as minhas tarefas de Miss eram durante o dia. Era mais complicado conciliar a faculdade com a carreira de Miss.
R: Hoje em dia não existe mais este preconceito,até porque há uma procura muito grande de mulheres por lutas. Mas há uns 5 anos atrás (mais ou menos) eu de certa forma sofria sim, porque as meninas me olhavam de forma diferente, já chegaram a dizer que eu era “Maria-Homem”, mas nunca liguei para isso. Sempre tive muito orgulho.
– Como é ser miss e Judoca?
R: As pessoas que me conhecem, não acreditam. Tem um amigo meu que diz que está fazendo uma pesquisa porque ele tem 99,9% de certeza que eu sou a única “Miss-Judoca” que existe no mundo (risos)!!! Mas acho essa história interessante, porque são contraditórias. Onde já se viu Miss ser Judoca? Isso é bom para tirar da cabeça de algumas pessoas a
imagem de que judocas são masculinizadas. Confesso que carregar esse título não é fácil.
Assista um vídeo relacionado ao tema
Adorei a reportagem, muito interessante, atual e bem escrita. Senti que se trata de um tema bastante comum entre as mulheres e que se trata de um preconceito tolo e em desacordo com os tempos modernos. Mas fiquei com uma dúvida: qual a reação destas meninas a um assédio de um rapaz mais atrevido em uma balada? Será que a reporter poderia acrescentar uma entrevista com um donzelo de olho inchado? Adorei, adorei. Obrigado.
Matéria mto bem selecionada para a semana da mulher, bem escrita e com fontes que realmente colaboraram muito para situar-nos perante a situação apresentada na matéria!
A verdade é que o mundo é delas, cada vez mais.