Festas com bebida liberada podem ser proibidas em JF

Por Natália Lopes

O Projeto de Lei n°112 está em tramitação, já passou por todas as comissões, aguarda votação em Plenário e trata de um assunto polêmico entre os jovens de Juiz de Fora. Criado pelo vereador Noraldino Junior, o projeto propõe a proibição da realização de eventos com bebida liberada na cidade. Mas o que será que os freqüentadores dessas festas pensam sobre isso?

De acordo com o vereador, as críticas surgem na mesma intensidade que os incentivos, e a expectativa é que o projeto seja aprovado. “Antes de iniciarmos o processo, fizemos uma pesquisa com pais de diversas regiões e classes sociais de Juiz de Fora, e 97% deles se posicionaram a favor da medida. Entendo que uma parcela da população que frequenta as festas tende a se sentir prejudicada, mas a intenção do projeto é regulamentar esses eventos, de forma que possamos preservar a saúde e o futuro dos jovens”.

Noraldino é presidente da Comissão Parlamentar Antidrogas e, segundo ele, a motivação para a criação do projeto surgiu a partir de reuniões realizadas na Câmara, dos encontros com as forças policiais e com grupos de ajuda, dos pedidos de pais, dos institutos de pesquisas relacionados às drogas e de pesquisadores no assunto. “Nessas festas ‘open bar’, o primeiro agravante é o incentivo ao uso exagerado de bebida alcoólica e ao consumo de entorpecentes. Também não podemos deixar de lado os diversos acidentes com vítimas nas ruas e estradas, a violência corporal das brigas e até mesmo o estímulo à libido, fazendo com que jovens tenham filhos muito cedo”.

Apesar dos argumentos expostos pelo vereador, a medida não agrada a quem está acostumado a frequentar esses eventos. A estudante de direito, Isis Pereira, acha válida a iniciativa do vereador, mas se mantém contra o projeto. “As pessoas que participam de festas ‘open bar’ estão conscientes dos riscos que correm. Acredito que uma fiscalização mais intensa e a realização de campanhas de conscientização seriam mais válidas e eficazes”.

Já a universitária Eliza Granadeiro diz que essa proibição deveria ser restrita aos menores de idade. “Quem tem mais de 18 anos tem o direito de consumir bebida alcoólica na quantidade que achar adequada. Impor uma lei como a que está sendo proposta representa uma espécie de censura torta. Em relação aos menores, eles ainda não respondem legalmente por seus atos e, dessa forma, tem que haver uma fiscalização efetiva para evitar possíveis transtornos”.

O estudante Felipe Lima freqüenta festas “open bar” e é a favor da medida proposta pelo vereador Noraldino. “O preço cobrado nesses eventos seria bem menor se as bebidas (geralmente cerveja, água e gummy) não fossem liberadas. O valor do ingresso faz com que muitas pessoas desistam de comprá-lo, o que restringe o acesso ao entretenimento na cidade. Além disso, os jovens conseguiriam manter melhor o controle sobre si mesmos, e muitos transtornos seriam evitados”.

De acordo com o vereador, muitas pessoas usam o argumento de que as festas “open bar” movimentam o mercado financeiro, o que não condiz com a realidade. “Já ouvi relatos de organizadores que me afirmaram que a bebida liberada é um artifício para atrair o público, mas que geralmente leva a prejuízos no consumo. Isso sem contar os danos causados a médio e longo prazo na saúde pública: acidentados, intoxicados, gastos com recuperação, violência doméstica, e, consequentemente, problemas em cascata sem precedentes”.

Noraldino afirma que os jovens precisam de entretenimento, mas que não é necessário realizar festas “open bar”. “A cidade de Juiz de Fora sempre foi palco de uma imensa capacidade cultural, e os eventos com bebidas liberadas estão posicionando o foco apenas para o álcool. Nossos jovens precisam de diversão e entretenimento, mas isso não tem relação alguma com liberar substâncias capazes de destruir a vida em curto prazo”.

As opiniões se divergem

No início dessa matéria uma pergunta foi feita sobre o que pensam os jovens em relação a tramitação da nova lei. A repórter conversou com alguns dos interessados no assunto e descobriu argumentos variados sobre o tema:

Quadro de opiniões

Debate online

O vereador Noraldino Junior mantém um canal aberto de comunicação com o público através das redes sociais. Se você deseja conversar com ele sobre o projeto, acesse os seguintes endereços, ou clique nos links adicionados a essa reportagem:

Twitter: @Noraldinojunior

Facebook: Noraldino Júnior

Orkut: Vereador Noraldino Júnior

3 Comentários

Arquivado em Política

3 Respostas para “Festas com bebida liberada podem ser proibidas em JF

  1. Daniel

    Os estudantes, tanto os de Comunicação como os de outros cursos, já foram menos caretas e mais contestadores. Aceitar uma proibição como algo natural é absurdo. O caminho para mudar as coisas é a conscientização e jamais a censura. Amanhã, pensem bem nisso, o que será que proibirão? Quem sabe as tão valiosas calouradas, quem sabe toda e qualquer festa com bebida alcoólica? Hoje é o precendente para amanhã.

  2. Sophia Andrade

    Muito interessante essa matéria sobre a lei que está virando assunto de cadeira universitária. Nunca fui adepta a esses eventos, mas conheço muitas pessoas que participam. Inclusive meu irmão, que hoje temos um problema sério com ele, pois não sabe fazer outra coisa a não ser beber. Sei que muitos são contra proibir, mas por experiência própria, dentro da minha casa, sei que meu irmão começou a beber depois que acompanhou os amigos nessas festas. Esse vereador me parece corajoso, afrontando um mercado que lucra em cima do vício dos outros, mas espero que consiga vencer essa luta. Eu apoio pois não quero ver mais meus amigos morrendo por causa de felicidade instantanea.

  3. Junior |Leonardo

    Concordo com a proibição de festas com bebida liberada, muitos não sabem o que acontece depois das festas. Perdi um primo atropelado por um bêbado que saia de uma festa em pleno a rua são mateus.Ninguém faz idéia do aumento dos acidentes em noites de festas desse tipo.Para os que bebem não conhecem os limites então que venha a proibição das festas e aos que se drogams e saem por ai matando pessoas atropeladas que tomem conhecimento dos acontecimentos para depois não virem a dizer que foi uma injustiça! Parabéns ao vereador Noraldino Júnior espero mesmo que tudo isso seja muito concreto!

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